“Babilônia” mostra personagem evangélica como intolerante e preconceituosa.
*A personagem Consuelo(Arlete Salles), que representa a classe oposta aos temas pregados pela novela, se tornou ainda mais ácida, reacionária e extremista. “Atenção pessoal, ninguém come nada aqui! Tem pó de lésbica na receita. Vai todo mundo virar pederasta!”, foi uma de suas falas.
A declaração, vista como surreal, foi feita no coquetel
de inauguração de um restaurante, no capítulo de sábado (4) de
Babilônia. Interpretada por Arlete Salles, a personagem tem como
inimigas as lésbicas Teresa (Fernanda Montenegro) e Estela (Nathália
Timberg).
A história serve como denúncia do radicalismo religioso, com um texto engraçado pelo sarcasmo e, ao mesmo tempo,
carregado de críticas pessoais que representa quem a escreve. Em uma
cena, Consuelo chegou a disparar um palavreado agressivo e homofóbico.
“Mestra das lésbicas,
bruxa da inversão, a pederasta mais famosa do Brasil”, debochou a
personagem, se dirigindo à Teresa, que manteve a classe e elegância,
enquanto a religiosa seguia com os insultos: “Caminhoneira! E não
adianta mudar de marcha, eu passo por cima de qualquer jeito”.
“Mulher com mulher dá jacaré”, dizia ela, ao ser rebatida pela advogada,
que reagiu: “Ignorância, estupidez, burrice é o que a senhora
representa hoje, agora, aqui, com muita fartura”. Em seguida, a vilã foi
retirada do restaurante sob a ameaça de processo por discriminação.
Em casa,
ela seguiu com os insultos e disse à família sentir orgulho de ter sido
expulsa do ‘gueto gayzista’ e chamou Rafael (Chay Suede), filho do
casal de senhoras, de ‘ateuzinho lésbico’. Na sinopse original, Consuelo
seria intolerante, mas ganhou ainda mais força após a onda negativa em
relação à novela.
Os autores criticam e ridicularizam a parcela de público identificada como conservadora e preconceituosa, como aponta a coluna Sala de TV.
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