quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Ano começa com demissões no SBT e na Record Emissoras ainda enfrentam as dificuldades que marcaram a economia em 2015


TV AUDIÊNICIA


Uma caixa com 20 CDs de carreira e mais um de raridades. O box especial prova: ela é absoluta no olimpo dos deuses da música. Nossa grande compositora, Rita enfrentou a supremacia masculina do rock em uma época de ditadura no Brasil. E sem perder a doçura. A voz única embalou – e continua a embalar – gerações, que a colocaram no posto de mulher que mais vendeu discos no país. Adaptando a letra de um dos grandes sucessos da roqueira, “Nem Luxo Nem Lixo”: Rita, você é imortal.

.Rita Lee em 1975: o ano do nascimento de “Ovelha Negra”; 2 - Com o marido, Roberto de Carvalho, casal que mudou o pop rock no Brasil; 3 - Mãe rock star: Rita e o filho mais velho, Beto, nos bastidores da gravação do vídeo para “Choque Cultural”, em 1985; 4 - A dona do palco, em foto de 1996: shows contagiantes (Foto: Cedoc e Divulgação)
Rita Lee: anos 70 (Foto: Divulgação)

Anos 70
Os primeiros:
Rita lançou dois discos solos, em 1970 e 1972, ainda nos Mutantes. Ao ser expulsa da banda, passou um tempo no porão da casa dos pais, na Vila Mariana, em SP. A primeira composição da época, Mamãe Natureza, reflete bem seu estado de espírito: “Não sei se eu estou pirando/Ou se as coisas estão melhorando/Não sei se eu vou ter algum dinheiro/Ou se eu só vou cantar no chuveiro”.
A precursora: Em 1975, ela lança Fruto Proibido, o disco divisor de águas no rock brasileiro, com a icônica Ovelha Negra. Logo depois disso, conhece Roberto de Carvalho e os dois se apaixonam.
Mania de Rita: A parceria com Roberto nas canções explode poucos anos mais tarde, com o sensacional disco Rita Lee (1979), que tomou o país com hits como Mania de Você, Doce Vampiro e Chega Mais.
Rita Lee: anos 80 (Foto: Divulgação)
Anos 80
Paixão: O início dos anos 80 foi marcado pela parceria do casal Rita e Roberto com um disco (1980) que mais parece uma coletânea. Lança Perfume, Baila Comigo, Nem Luxo Nem Lixo, Caso Sério e Orra Meu, entre outros sucessos, estão por lá.
Mundo: Além do estouro no Brasil, Lança Perfume fica por mais de dois meses em primeiro lugar entre as mais tocadas da França e chega à parada da Billboard nos EUA. Também conquista países como a Argentina, México, Japão, Espanha e Itália. Um marco para uma música em português. A canção recebe versões em diversas línguas - incluindo o hebraico - e é gravada por vários artistas, como Gloria Estefan e Henri Salvador.
Sucesso: Rita Lee e Roberto de Carvalho (1982) é o disco mais vendido da carreira da roqueira no Brasil, com mais de 2 milhões de cópias. Entre os hits, Flagra se tornou a música mais tocada daquele ano e os dois saem em turnê por todo o Brasil. O show, que lotou estádios, tinha mais de 10 trocas de figurinos e palco giratório, com um cenário diferente para cada bloco. O casal muda a cara do pop rock brasileiro, e da união nascem três filhos: Beto, João e Antonio.
Censura: Números revelados em meados dos anos 80, com o fim da ditadura, mostraram que Rita foi a artista que mais teve músicas proibidas na época. Uma das histórias é do disco Bombom, de 1983. O álbum teve inúmeros problemas com a censura por causa das músicas Arrombou o Cofre e Degustação. Na primeira fornada dos vinis, as faixas chegaram a ser riscadas com lâminas. E a capa do disco vinha com um aviso: além das duas canções serem proibidas na rádio e na TV, o LP não podia ser vendido para menores de 18 anos.
1985: É desse ano o disco Rita e Roberto, uma das obras-primas do casal, com músicas como Vírus do Amor, Vítima e Gloria F. No álbum, Rita ainda rebate boatos de que estaria com leucemia em Não Titia: "Não titia, eu não tô com leucemia/Socorro, estão querendo me assassinar/É por vingança/É por herança/Sei lá, sei lá, sei lá", canta.
Rita Lee: anos 90 e 2000 (Foto: Divulgação)
Anos 90 e 2000
Pulo: Entre os anos 90 e 2000, a caixa não inclui alguns títulos de Rita, que são dos catálogos de outras gravadoras. São eles: Bossa’n’Roll (1991), Rita Lee (1993), A Marca da Zorra (1995), Aqui, Ali, em Qualquer Lugar (2001), Balacobaco (2003), Multishow ao Vivo (2009) e Reza (2012).
A deusa de São Paulo: Um dos mais esperados discos dos anos 90 foi Santa Rita de Sampa (1997). Ela havia se recuperado de um acidente no qual esfacelou o maxilar, e teve que colocar um pino de titânio no osso. O retorno foi triunfal. Na faixa que dá nome ao disco, ela brinca com o que escuta dos admiradores e com algumas percepções sobre ela mesma: "Defensora dos frascos e comprimidos/De nós malucos, sois a beleza/Protetora dos animais abatidos/Prato cheio de sobremesa/(...) Bendita Rita da Lua cheia/Rogai por mim nesse começo de fim/O espinho nosso de cada testa/Milagrosa seja vossa festa/Sois o lazer de quem trampa/Bendita, Santa Rita de Sampa."
Pérolas: O CD inédito da caixa, com algumas músicas que não saíram em discos de Rita, traz tesouros como Lá Vou Eu, a primeira versão de Ambição, de 1977,  e até I, Yi, Yi, Yi (I Like You Very Much), homenagem à altura da original, sucesso de 1941 de Carmen Miranda. O disco tem um destaque: Dias Melhores Virão, uma das grandes composições de Rita Lee e Roberto de Carvalho, que foi tema do filme homônimo, em que a roqueira interpretou Mary Shadow.
                                                                                                                           
Clássica: Com sucessos eternos, os discos de Rita mostram a importância da paulistana na cultura mundial. A rainha rebelde da música planetária – viva e cheia de graça – faz um monte de gente feliz. Parabéns, Rita!


Rita Lee (Foto: Divulgação / Chilli Beans)

Famosoa falam sobre Rita Lee(que completou 68 no dia 31 de dezembro)


Rita Cadillac
"Adoro aquele primeiro estilo que vem à cabeça quando falamos de Rita: óculos coloridos, calça mais justa... Sem falar no vermelhão do cabelo, que foi a sua marca registrada durante tantos anos. Amava o vermelho mas, agora, amo ainda mais esse cabelo grisalho. É impressionante como ela continua a mesma coisa, com seu estilo, e não teve medo de abandonar a tinta. Achei bárbaro... eu espero logo ter essa coragem também! Sou fã de Rita desde o começo e a vi muitas vezes - seja no Chacrinha, seja em shows ou outros programas - e sempre rolava aquela curiosidade de como ela iria aparecer. Todo mundo queria saber! Afinal, ela é diferente de tudo. Nunca teve medo de ousar e a ousadia sempre combinou com ela. Ela é a roqueira colorida."
 
Dudu Bertholini
"Rita faz parte de um time de pessoas que abriu muitos caminhos para cultura brasileira e para uma expressão individual, para sermos quem a gente tinha vontade de ser. Ela foi um dos ícones visuais que marcaram a transição de país conservador. Mostrou que a moda e a roupa podem ser um veículo de expressão, liberdade e identidade. Ela tem tem muitos looks e momentos marcantes. Nos anos 60, ela foi a mais autêntica expressão que o Brasil teve da mistura entre o estilo naif, geométrico e psicodélico.E tem o adendo que ela sempre foi muito linda! Adoro também a verve anos 80, na qual ela flerta com o guarda-roupa masculino. Tive a oportunidade de fazer o styling do último editorial de moda dela, em 2012, e fiquei impressionado com a habilidade que a Rita para posar para fotos. É uma maneira tão autêntica que só mesmo os grandes ícones do rock têm. Viva, Rita!"





Fernanda Young
“A Roupa de estrelas bordadas na tela de arrastão é a que mais me impressiona dos muitos figurinos que já usou. Rita está linda em sua magreza andrógina, sensual punk/cósmica. Ela nunca sensualiza, isso é para as tontas: Rita sempre teve a sagacidade de corromper tudo e ridicularizar as obviedades. Rita jamais seria indecente, pois a sua iconoclastia não cede ao ridículo. Linda, louca, mágica, livre, quase nua e soberana, é o que vejo na Rita de Babilônia, isso em 1978.”









Mel Lisboa
“Rita Lee sempre foi sinônimo de contravenção, rebeldia, vanguarda. Seus figurinos eram também uma forma de se expressar. Desde os Mutantes, Rita lança moda e influencia gerações e gerações. Eu tive a experiência de fazer um ensaio fotográfico com alguns dos seus figurinos e foi simplesmente fantástico. Era como se eu estivesse voltando no passado e pudesse tocá-lo. Rita também me presenteou com o vestido branco que usou na gravação de 'Jou Jou Balangandã' com João Gilberto, uma das raras vezes que pudemos vê-la romântica, angelical. Um pedido do próprio Joao, que ela acatou com gosto e ainda guardou a peça com tanto carinho. É uma grande honra para mim. E vou guardá-lo com o mesmo zelo. Ou mais.”





Ronnie Von
“Nós tinhamos uma visão muito parecida, eu e Rita. A mesma paixão pelos Beatles... Era tudo muito diferente: a gente gostava de roupas militares, algo meio de fantasia... Estávamos na mesma sintonia. E, por isso mesmo, eu achava o guarda-roupa dela adorável. Ver a Ritinha de noiva no palco, por exemplo, era perfeito e incrível. Eu pensava assim: "Ela é uma defensora da mesma tribo que eu". Eu conheço Ritinha desde que ela tinha 16 para 17 anos e foi uma das meninas mais bonitas que vi na vida! Deslumbrantemente bonita. E ela nunca usou a beleza como arma ou como ferramente para melhor se dar na vida. Essa contramão, em termos de looks e moda considerados "estranhos", era para mostrar o outro lado dela. E mesmo assim, ela não conseguia dissimular sua beleza física. Essa moça, naquela época, era o sonho dos sonhos... Mas eu era casado e não peguei. Ficamos muito amigos! Foi uma época rica de nossas vidas: como meu pai era diplomata e viajava, ele trazia os discos dos Beatles meses antes de sair daqui. Numa dessas ocasiões, chamei Ritinha para ouvir o Revolver (1966) - mono e da gravadora Parlophone - e, na minha opinião, o melhor disco dos Beatles. Nessa época, quando comecei a carreira, Os Mutantes foi o grupo do qual mais gostei. Os diretores da Record (onde Ronnie tinha o programa O Pequeno Mundo de Ronnie Von, na década de 60), diziam que eu era louco de colocar aquela banda que era o contrário de tudo que se fazia. Eu fiz questão. E imagina a cena: a Rita tocando, numa (guitarra) Telecaster azul calcinha a Marcha Turca de Mozart no meu programa, ao lado dos meninos (Arnaldo e Sérgio). Tenho um orgulho enorme de tudo o que fizemos juntos”.

 

Supla
"I love Rita Lee, fuck you! Ela é uma hippie-punk no Brasil que teve a maestria de dar um 'fuck off' pra sociedade e, mesmo assim, fez sucesso. O mundo do rock é muito machista e ela conseguiu se sobressair e sempre representou bem as mulheres. Ela quer ser mulher e não uma dondoquinha idiota. Quebrou tabus e sempre foi uma mulher pra frente e isso tem a ver com as pessoas que ela sempre admirou, que não eram só os roqueiros. Dou muito valor à atitude dela. Sem contar o senso de humor e a beleza andrógena. Rita conseguiu fazer uma coisa maravilhosa, sem contar que sempre foi muito bonita, sexy e uma mulher muito interessante. Deve sair fogo por ali! Ela soube colocar a verdade dela nas musicas. O que ela canta faz muito sentido para as pessoas e esse é o maior barato! Espero que ela volte daqui a pouco pros palcos!"



Créditos: Reprodução/Divulgação
Reprodução / TV Globo
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