domingo, 16 de março de 2014

James West



Mais
uma série dos anos 60 engorda a lista de remakes da TV americana.
Segundo a revista EW, o produtor Ron Moore está em fase inicial de
desenvolvimento de um projeto que daria à série “James West/The Wild
Wild West” uma nova versão. Ainda não há nenhum canal envolvido.



Moore foi bem sucedido ao dar ‘cara nova’ à série “Battlestar
Galactica”, produção de Glenn A. Larson do final dos anos de 1970. Tendo
surgido como uma minissérie, a nova versão foi transformada em série
com um total de quatro temporadas.



A receptividade do público e da crítica garantiu a Moore a produção
de uma spinoff, “Caprica”, que traz uma história narrando a infância do
Comandante Adama e o início da criação dos cilônios. A série, cuja
segunda parte da primeira temporada estreia hoje nos EUA, luta para
conseguir conquistar uma audiência.



“James West” é uma produção típica da década de 1960. Unificando dois
gêneros de sucesso da época, o faroeste e a espionagem, a série
introduziu dois agentes à la James Bond, trabalhando para o serviço
secreto, recebendo ordens diretas do Presidente Ulysses S. Grant.



Fã do agente 007, Michael Garrison adquiriu os direitos de produção
do livro “Cassino Royale” em 1956. Ele e seu sócio, Gregory Ratoff,
tentaram produzir um filme oferecendo o livro à 20th Century Fox, que o
recusou. Após a morte de Ratoff, sua viúva vendeu os direitos de
adaptação do livro, deixando Garrison sem condições de seguir adiante
com seus planos. Depois que a Bondmania se instalou na década de 60,
Garrison conseguiu convencer a rede CBS a investir na produção de uma
série que situava James Bond no Velho Oeste.



Convencer
o canal foi fácil, difícil foi encontrar um roteirista que conseguisse
entender a proposta. Visto que na época os gêneros não se misturavam, os
roteiristas se acostumaram a escrever para produções com narrativas
específicas. Originalmente, James West (Robert Conrad)
trabalharia sozinho. Ao receber suas ordens do Presidente, ele se
dirigiria a um laboratório onde lhe seria entregue as armas necessárias
para realizar sua missão.



Mas logo os produtores perceberam que seria inviável forçar James a
se dirigir para Washington, de trem ou à cavalo, sempre que precisasse
receber as missões. Então o roteirista Gil Ralston, que ficou
responsável pelo episódio piloto, introduziu Artemus Gordon (Ross
Martin), mestre em disfarces, que tinha a função de ser o ‘leva e traz’
de informações e equipamentos. Com o tempo, Artemus foi ganhando maior
visibilidade, tornando-se parceiro constante de James.



Se James Bond tinha um Aston Martin e armas que estavam além de seu
tempo, James West tinha um trem e equipamentos que iam além de seu
Século, ou quase. O trem era composto de uma locomotiva e quatro vagões:
estábulo, cozinha, laboratório e sala de armas, que estavam escondidas
em vários lugares. A mesa de bilhar, por exemplo, era munida de bolas
bombas e tacos que se transformavam em rifles. Para se comunicarem com o
mundo exterior, eles contavam com um telégrafo particular. Quando não
podiam utilizá-lo, West e Gordon apelavam para os pombos correios.



A
roupa de West também carregava um pequeno arsenal. Em sua manga ele
escondia um revólver de pequeno calibre, acionado pelo movimento
muscular. Uma outra arma ficava escondida em seu chapéu. No casaco, na
altura da nuca, era escondida uma faca. Mas se essa fosse encontrada
pelo inimigo, ele sempre poderia utilizar aquela que estava escondida no
bico da bota. Esta ainda tinha um salto falso no qual eram escondidos
explosivos. No cinto, uma corda de nylon que West costumava fixar em um
gancho (não lembro de onde ele tirava isso). Esta era a principal
ferramenta de fuga de West, que costumava deslizar pela corda quando
estava preso em lugares altos.



Entre os vilões, dois tornaram-se recorrentes. Miguelito Loveless
(Michael Dunn), um cientista louco, criado pelo produtor Fred
Freiberger, que conseguiu a proeza de desenvolver uma pílula capaz de
diminuir West para o tamanho de uma boneca. O outro vilão era o Conde
Carlos Mario Vicenzo Robespierre Manzeppi (Victor Buono), um mágico.



A série estreou em 1965, em preto e branco, passando a ser filmada em
cores em 1966, ano em que Michael Garrison faleceu ao cair do alto de
uma escada. Sem seu principal idealizador, a série sucumbiu aos
interesses e visões de terceiros. Permanecendo uma incógnita para a
maioria dos roteiristas contratados, “James West” quase foi cancelada
pela CBS. Foi Bruce Lansbury, irmão da atriz Angela Lansbury, que salvou
a série.



Mas, em 1968, após os assassinatos de Robert F. Kennedy e Martin
Luther King, o Senado Americano criou a Comissão Nacional Para a
Prevenção da Violência, submetendo a televisão e seus programas a duras
regras de censura. As produções que não foram canceladas tiveram o nível
de violência consideravelmente reduzido. “James West” foi uma delas. A
CBS precisou elaborar um memorando, distribuído aos diretores de cada
série, pelo qual proibia a filmagem de qualquer ato de violência que não
estivesse no roteiro ou que não tivesse sido discutido com o produtor
ou seus associados.






O quarto ano da série, produzido entre 1968 e 1969, trouxe cenas de
luta que mais pareciam um balé. As cenas de tiroteio foram reduzidas e
substituídas lutas corporais, que não poderiam durar muito tempo. Mortes
de personagens, mesmo sendo bandidos, eram evitadas. Ainda assim, era
comum a presença de uma ambulância durante as filmagens da série, visto
que sempre tinha um ator ou um dublê se machucando a ponto de ser levado
para o hospital.



Em 1969, pressionada pela Comissão, a CBS cancelou “James West” após a
produção de 104 episódios. Ao longo dos anos, foram produzidos dois
telefilmes: “The Wild Wild West Revisited” e “More Wild Wild West”. Em
1998, a Warner Brothers produziu a ‘aberração” cinematográfica “As
Loucas Aventuras de James West”, estrelada por Will Smith.



“James West” teve seguidores ao longo dos anos, sendo o mais
conhecido “Brisco Jr./The Adventures of Brisco County Jr.”, estrelada
por Bruce Campbell na década de 80.

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